quinta-feira, 10 de setembro de 2009
21 de dezembro de 2012
As pessoas estavam agitadas nas ruas de São Paulo, pois o natal seria na noite de domingo. Os enfeites estavam espalhados, a maioria das festas de final de ano aconteceriam nesta noite e como já era tradicional, trocaríamos os presentes na redação.
Via a felicidade nos rostos das crianças, a empolgação de um tempo que não volta. Elas estavam tão concentradas em suas artes que mal perceberam o que acontecia. Da janela do meu carro, vi algumas pessoas apontando para cima. Via excitação no ar, afinal, não é sempre que se tem a oportunidade de acompanhar um eclipse completo.
Liguei o rádio, grande companheiro no trânsito, grande companheiro nas horas de trabalho e pude ouvir minha voz em um boletim: "aproveite paulistano, pois um alinhamento completo do sistema solar como esse, só acontecerá daqui a 26 mil anos".
Mas de que isso importava? Seriam apenas alguns minutos, em que um outro planeta, passaria entre a Terra e o Sol. Eu me sentia realizado, trabalhando com TV e Rádio, assinando uma coluna de jornal e os livros escritos por mim, estavam prestes a ser publicados.
Uma vida inteira lutei para alcançar meus objetivos e cada vez que lembrava minha trajetória, via que valeu a pena passar pelo longo caminho. Mas na reflexão daquela manhã de sexta-feira, eu não consegui chegar ao presente. Meu raciocínio foi interrompido por um tremor, seguido de gritos.
Eu não podia entender o que estava acontecendo. Um terremoto com tamanha intensidade acontecendo no Brasil? E a transmissão caiu. O rádio havia silenciado. E a terra continuava a tremer, cada vez mais forte, até finalmente romper o solo. Placas se amontoavam e eu dirigia sem parar.
Achei que não passaria daquele instante. Até que o tremor cessou. As pessoas pararam onde estavam sem acreditar no que havia acontecido. O chiado do rádio foi dando lugar ao sinal novamente e eu, fiquei ávido para saber quantos graus o temor teria atingido na escala.
O locutor, um grande colega dos tempos de faculdade, vacilou pela primeira vez no ar. Sua voz estava trêmula, provando que algo estava acontecendo. “os tremores... foram registrados em todo o planeta. O site oficial da Nasa acaba de confirmar que ocorreram justamente por um realinhamento do eixo do planeta”.
Aumentei o volume e me surpreendi com o que veio a seguir. “O globo passará por uma transformação jamais pensada”. E com a voz um tanto embargada disse: “foi imaginada apenas uma vez... Há pelo menos três mil anos, os maias previram que nesse dia 21 de dezembro, uma catástrofe de proporções... inimagináveis abateriam a civilização humana”.
Não parecia acreditar nas coisas que estava ouvindo. Por mais que gostasse de assuntos como aquele, nunca levei a sério tais coisas. Jamais acreditei em profecias desse tipo, e aquilo era demais para mim. Só que a narração não parou por aí.
“A informação que nos chega neste instante é que milhares de vulcões entraram em erupção em todo o mundo, devastando cidades inteiras e os oceanos estão fazendo com que países desapareçam do mapa, tal qual teriam feito nos tempos remotos com a Lemúria e a Atlântida. Sorte a todos”.
Com essa última deixa, a rádio saiu do ar novamente. Eu não conseguia digerir tais informações. Não poderia aceitar que acabaria ali, no meio de uma avenida, completamente devastada. Apesar de refazer meus passos mentalmente, eu nunca tinha feito o exercício de refletir sobre as coisas que deixei de fazer em nome de uma boa carreira. As festas perdidas, as horas não dormidas, as refeições mal feitas e as conversas que deixei de ter com as pessoas que amei.
Tudo isso foi se convergindo ao som do mar, que aumentava lentamente, em plena São Paulo. Conforme eu ia me vendo, o som do gritos se misturava com a onda que aparecia lentamente no horizonte. Seria lindo se não fosse o fim.
Pensar nessa ficção, foi um exercício feito para agradecer as oportunidades que tenho. Ao menos, tenho três anos pela frente, e o que posso fazer é viver mais, aproveitar cada instante, acordar para cada dia vivendo como se fosse o do tal ‘Juízo Final’, pois somente assim, poderei ser realmente feliz. O fim dos dias é o mergulho consciente na morte da alma, em que passamos a viver por hábito e não por prazer.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
sábado, 25 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Tóquio apresenta projetos das obras para os Jogos de 2016
Matérias Bandsports - Steelers chega a Tampa para o Super Bowl
A partir de hoje começarei a postar minhas matérias pro BandSports News 1ª edição, que também são publicadas no UOL Esportes.
Para começar, matéria de 27/01:
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Buraco da camada de ozônio atinge 5ª maior extensão, diz Nasa
NOVA YORK - O buraco da camada de ozônio gerado anualmente sobre a Antártida alcançou este ano um tamanho máximo de 27 milhões de quilômetros quadrados, o que representa a quinta maior extensão atingida na história, segundo cálculos da Nasa, a agência espacial americana. A máxima extensão foi alcançada este ano em 12 de setembro, de acordo com os dados coletados pelo satélite "Aura" da Nasa, e, apesar de ser a quinta maior da história, o cientista Paul Newman disse em comunicado que se trata de um tamanho "moderadamente grande". Newman destacou ainda que a quantidade de substâncias que destroem o ozônio diminuiu 3,8% desde seus níveis máximos alcançados em 2000. O maior buraco de ozônio registrado na estratosfera que se encontra sobre a Antártida até agora foi em 2006, quando alcançou os 29,5 milhões de quilômetros quadrados, com uma perda de ozônio de 40milhões de toneladas. Geralmente, esse "buraco" (diminuição na quantidade de ozônio em uma faixa da atmosfera) começa a ser criado por volta de agosto e costuma alcançar seu máximo no final de setembro ou início de outubro, para depois diminuir de novo. A camada de ozônio começou a ser destruída pelo uso de produtos químicos que emitem gases nocivos à atmosfera, como os clorofluorcarbonetos (CFC), capazes de destruir essa camada e, portanto, de facilitar a entrada dos raios ultravioleta responsáveis pelo câncer de pele, entre outros males.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Não tem muito o que dizer. Não tenho conhecimento para escrever uma matéria desse gênero, mas lamento por chegarmos até esse ponto.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Paulo Ricardo é a atração na Casa Hope
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
A Arte da Cópia
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Alunos de pedagogia visitam a Bienal do Livro
Visitando a Bienal pela primeira vez, a estudante Samantha de Abreu dos Anjos, de 21 anos, ficou encantada com a grandeza do evento, porém, lamentou sobre os preços dos livros. "Eu esperava que reunindo tantas editoras, os preços ficassem mais acessíveis", explica. A aluna resolveu não comprar nenhum livro, mas não saiu de mãos abanando: ganhou "Bibliografia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil", da Editora Página & Letras. Questionada sobre um retorno ao evento foi enfática: "com certeza eu voltarei. É algo que todos deveriam ir ao menos uma vez", finaliza Samantha.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Reciclagem de lâmpadas
Tema: Sustentabilidade Empresarial/Habitação
Reciclar é a solução
As lâmpadas fluorescentes existentes no mercado são uma saída para o bolso do consumidor e para o problema do efeito estufa planetário. Elas consomem até 80% menos energia, duram até seis vezes mais e iluminam o dobro do que as incandescentes comuns, reduzindo a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
O que poucas pessoas conhecem, são os riscos que o descarte indevido dessas lâmpadas podem acarretar ao meio ambiente e, conseqüentemente, à saúde da população. Em sua composição, é colocado mercúrio, um metal pesado que com a quebra da lâmpada, contamina o solo, os rios, lagos e represas, podendo causar paralisia, perda de memória, dores de cabeça e distúrbios emocionais. A solução encontrada foi a reciclagem do material.
No Brasil, cerca de 100 milhões de lâmpadas são descartadas anualmente e apenas 6% deste montante é reciclado. Como ainda não existe no país um sistema de coleta adequado, o ideal é que as pessoas busquem informações sobre o assunto nas prefeituras de suas cidades.
Em Curitiba, a prefeitura faz o recolhimento das lâmpadas gratuitamente nos 24 terminais de ônibus da cidade. O usuário deve levar dez unidades, no mínimo, que são encaminhadas à empresa Megareciclagem, empresa que atua há oito anos no mercado, reciclando uma média de 100 mil lâmpadas mensalmente. “As extremidades das lâmpadas são removidas, o vidro é limpo, depois triturado. Para finalizar, o mercúrio é separado do pó fosfórico, tornando assim, todos os componentes reutilizáveis”, explica Luis Schwarz, gerente administrativo da empresa. “O processo é bom porque não torna necessária a utilização de aterros para depositar o material”, finaliza. No Rio de Janeiro, a recicladora Elrec atua nos condomínios da cidade, cobrando uma taxa de R$
Fundada em 1986, a recicladora Tramppo, de São Paulo, encontrou parceiros estratégicos para idealizar o processo, como a Universidade de São Paulo, o Governo do Estado, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Sebrae. “Somos focados na sustentabilidade, o que nos traz uma viabilidade econômica alinhada a uma melhoria social e ambientalmente correta”, explica o engenheiro técnico Roberson Nery, diretor-sócio da empresa. O reconhecimento veio por meio do II Forum de Investidores em Negócios Sustentáveis, no qual a empresa conquistou o prêmio de Modelo de Negócios em Desenvolvimento Sustentável no Brasil. O fórum foi idealizado pelo World Resources Institute, com sede na Faculdade Getúlio Vargas e parceria firmada com o Banco Real ABN AMRO Real e a Natura.
A iniciativa destas empresas é fundamental para a manutenção do meio ambiente, porém, a porcentagem de lâmpadas recicladas é pequena, em comparação com os países desenvolvidos. O Brasil ocupa a décima primeira posição no ranking, que é liderado pela Holanda, com 83% das lâmpadas recicladas, seguida por Suécia e Alemanha, ambas com 50%.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Entrevista com Lucas Silveira, vocalista do Fresno
TK: Fale um pouco sobre o álbum Redenção.
Lucas Silveira: O CD fala sobre esquecer as coisas do passado, esquecer todos os tipos de mágoa. Isso serve para nós também. O disco foi feito em um curto espaço de tempo. Fizemos morando juntos, aqui
TK: Vocês vieram do cenário independente. Que tipo de mudanças ocorreram? O público que os acompanhava ainda os acompanha?
Lucas Silveira: A estrutura mudou muito. Quando éramos independentes cuidávamos de tudo, e agora estamos envolvidos com tudo. Precisamos explicar nossa proposta para a gravadora para manter nosso projeto original, mas eles nos dão um suporte muito grande. Nosso publico antigo é muito fiel. Quando lançamos o DVD MTV 5 bandas, deixamos claro que estávamos mudando o nosso estilo, era um desejo nosso.
TK: O que você acha que torna este álbum diferente dos outros três anteriores?
Lucas Silveira: Todo álbum é diferente um do outro. Nosso primeiro álbum foi feito em um quarto. Tivemos uma evolução musical muito grande, a captação foi muito bem feita, tivemos outro tipo de equipamento. Tinha uma vontade da banda em evoluir e isso aconteceu. No passado tocávamos as mesmas músicas em uma velocidade muito maior, uma necessidade juvenil. Fomos evoluindo e diminuindo a velocidade.
TK: Vocês esperavam vender mais de 30 mil cópias de maneira independente e fazer mais de 150 shows pelo país?
Lucas Silveira: Sempre foi um objetivo, mas não esperávamos. Nós vendíamos muitos discos em shows e fazíamos contato pela internet para fazer shows em outros estados. Isso contribuiu demais para a divulgação.
TK: Como foi levar o prêmio de banda revelação MTV em 2007?
Lucas Silveira: Isso foi uma das coisas mais legais que aconteceu com a gente. Por mais que tivéssemos oito anos de banda, estávamos no underground. Agora aparecemos na mídia e temos uma exposição.
TK: Quais são as influências do Fresno?
Lucas Silveira: Procuramos diversificar nossas influências de vários estilos diferentes, para não ficar nada semelhante. Keane, Coldplay são algumas delas.
TK: Gostaria que você falasse a respeito do primeiro single de vocês, “Uma Música”.
Lucas Silveira: Essa música escolhemos por que ela tem um sonoridade, uma melodia muito abrangente, ele tem mais apelo musical. Veio para mostrar a que viemos. Procuramos nos diversificar, agregar novos públicos e manter também nosso publico original.
TK: De onde surgiu o nome Fresno?
Lucas Silveira: Fresno é o nome de uma cidade da Califórnia. Mas escolhemos pela sonoridade mesmo.
TK: Como é o relacionamento de vocês com os fãs?
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Entrevista com Di Ferrero, vocalista do NX Zero
A Universal Music lançou no final de março o DVD “62 Mil Horas Até Aqui – NX Zero”. Em forma de documentário, o trabalho conta com um bate-papo descontraído dos integrantes, revelando o início da banda, momentos divertidos e marcantes para cada um deles. Os fãs do grupo ainda têm a disposição um ensaio gravado ao vivo no estúdio Midas,
Entrevistei Di Ferrero, vocalista do NX Zero.
Di Ferrero: Queríamos fazer um DVD contando a historia da banda, trajetória, o que aconteceu quando éramos do circuito independente. Resolvemos fazer como se fosse um ensaio. Uma forma dos novos fãs nos conhecerem melhor e um presente para quem nos acompanha desde o início.
Di Ferrero: Com certeza é mais fácil com público. O DVD é um documentário e ficaria fora de contexto se fosse dessa forma. Adoraríamos fazer um show ao vivo e espero que esse sonho se concretize em breve.
TK: Você acredita que o NX Zero possa inspirar assim, bandas menores a gravar também?
Di Ferrero: Fico feliz demais em imaginar que isso possa acontecer, pois procuramos fazer o melhor para os fãs e se pudermos os inspirar de alguma forma, será muito gratificante.
TK: Quais são as suas influências musicais?
Di Ferrero: Gosto de vários sons, entre eles, Silverchair, Incubus, U2, John Meyer, Racionais, Adoniran Barbosa, Paralamas do Sucesso.
TK: Quais seus ídolos na música?
Di Ferrero: O meu ídolo na música é o Herbert Vianna. Uma pessoa muito talentosa por quem tenho profunda admiração.
TK: De onde surgiu o título “62 mil horas até aqui”?
Di Ferrero: O título corresponde aos sete anos de histórias da banda. Fazendo as contas dá em torno de 62 mil minutos.
Di Ferrero: Eu entrei em 2004, quando gravamos nosso primeiro CD, intitulado Diálogo.
Di Ferrero: Nós mesmos decidimos fazer desta forma. O Fabrício, nosso produtor e guitarrista do Hateen aprovou e então pegamos umas câmeras e fizemos a filmagem. A idéia surgiu para aproximar o publico de nós. Colocamos coisas engraçadas, cenas antigas, bastidores, entrevistas.
Di Ferrero: Nexo Zero. Não tem um significado, apenas um nome bacana.
Di Ferrero: Muito próximo, conversamos com todos. As pessoas pensam que de alguma forma podemos ser arrogantes ou metidos, mas quando conversam conosco, percebem que somos pessoas simples, que estamos abertos para todos.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Montagem
quarta-feira, 12 de março de 2008
Até onde vai a verdade?
Seria demagogia afirmar que a mídia informa com total veracidade. Nem uma criança faria tal coisa diante de um fato corriqueiro. Existem infinitas versões de uma história, basta ela ser contada por outro espectador.
Enquanto estamos no ponto de vista, tudo bem. O problema é que certas vezes, os profissionais resolvem mostrar um fato de acordo com os seus interesses, ou até, pelos interesses de seus superiores.
Surge outra pergunta. Por quê fazê-lo? Simples como o dois mais dois lá de cima. O mundo capitalista te ordena isso. E você precisa do ordenado. Digamos que o sujeito queira ser correto, imparcial, mas vem o seu editor e manda alterar a essência da matéria para beneficiar ciclano. Você rejeita e perde o emprego ou faz o que ele pediu? Claro que irá fazer, afinal, você tem família para sustentar, a prestação do carro para pagar e o aluguel irá vencer.
Isso é tudo? Não. Os donos da mídia recebem o "din-din" da publicidade e mandam ninguém falar mal dos seus "clientes".
E quando a ordem vem do governo? Dá pra rejeitar? Na velha teoria é tão simples, a liberdade de expressão é garantida pela constituição, mas como ela é impraticável no século 21.
Vejam bem, não está sendo proposto que você deixe de ler o seu jornal, ver sua TV ou ouvir a sua rádio. Apenas um conselho: Procure uma segunda opinião ou fonte, pois hoje em dia, nem sempre dois mais dois somará quatro.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Jornalista da Folha de S.Paulo na UniSant´Anna
Tomás Chiaverini, 25 anos, colaborador da Folha de S.Paulo, esteve na UniSant´Anna na última terça-feira (30/10) para dar uma palestra ao primeiro módulo do curso de jornalismo. Contou um pouco sobre sua carreira e seu primeiro livro.
Formado em jornalismo no Mackenzie, iniciou a conversa relatando o processo de apuração, estruturação e publicação de “Cama de Cimento”, uma obra repleta de personagens do nosso dia-a-dia. O livro-reportagem é uma narrativa, na qual o repórter é o protagonista, o aproximando do leitor no gênero chamado de jornalismo literário. Visitando por dois meses os moradores de rua, dormindo em albergues e sob viadutos, presenciando o tráfico de perto, Tomás pôde experimentar a exclusão social que nos parece corriqueira, que une pessoas de todas as classes, credos e raças em um mundo que não vemos, ou que ao menos tentamos não ver. O jornalista disse ainda como ingressou na Folha, passando por um criterioso treinamento, e explicou que os cadernos são finalizados rapidamente, exigindo muita rapidez e agilidade dos profissionais na hora de apurar, escrever e editar boas matérias, sem deixar de lado a pauta.
Apesar de jovem, Tomás acumula boa experiência. Algumas delas foram divididas com os estudantes de jornalismo, ávidos por um futuro promissor como o do palestrante.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Incubus anima feriado em São Paulo
Trazendo em suas canções uma mistura de sons como rock, eletrônico, hip-hop e funk, a banda californiana Incubus, levantou o Citibank Hall em São Paulo nos dias 14 e 15 de outubro. Contando com uma legião de fãs formada por jovens e em sua maioria, garotas, a banda liderada pelo vocalista Brandon Boyd mesclou sucessos do seu álbum mais recente, Light Grenades (2006) com hits mais antigos.
Acompanhei o segundo show, na noite de segunda-feira. Nem o tempo nublado desanimou o público que aguardava ansiosamente os shows adiados em maio por causa de uma tendinite do guitarrista Mike Einziger. A fila contornava o quarteirão e após a abertura dos portões a expectativa era tão grande que cada holdie que entrava no palco para ajustar os instrumentos recebia gritos e aplausos do público. Contradizendo todas as apostas dos fãs, a banda começou o show com Just a Phase, sucesso do álbum Morning View (2001). Brandon arriscou um “Obrigado São Paulo” para delírio do público feminino. Músicas como Megalomaniac, A Kiss to Send us Off e Pardon Me fizeram todos os espectadores pularem muito. Do início ao fim o público cantou todas as músicas e por diversas vezes a banda o deixou cantar sozinho. Os momentos especiais ficaram por conta de músicas mais lentas como I Miss You e Drive, cantadas com muita emoção em uma única voz, surpreendendo inclusive os músicos, que sorriam para a multidão. Brandon citou em entrevista para o programa MTV Overdrive que o show foi muito divertido, memorável e que provavelmente vai lembrar dele para o resto da vida.Demonstrando muita simpatia, o Incubus fez um show certamente inesquecível para os fãs. Ao contrário de outras bandas que possuem um ou dois integrantes com muito talento, todos mostram habilidades invejáveis em seus instrumentos, executando melodias marcantes com extrema riqueza. Refrões marcantes e bem elaborados é a marca registrada da banda, que se preocupou em surpreender com improvisos e variações das gravações originais, sem deixar em momento algum a qualidade sonora, dando uma sensação de se estar ouvindo um CD, tamanho o entrosamento do grupo. Uma banda sem rótulos, que procura constantemente inovar, sem perder no entanto a legião de fãs que os seguem.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Você conhece esta voz?
Para ouvir o audio completo da entrevista clique aqui: Download
Hermes Baroli dublando Cavaleiros do Zodíaco
Hermes Baroli – Com dez. Meu primeiro trabalho foi Superman 4. A primeira série foi Jaspion. Aí comecei a trabalhar bastante, em Jiraya, Lassie, comecei a fazer um monte de séries.
E&T - Com quantos anos começou no teatro?
HB – Logo com 14 anos fui fazer teatro. Com 14 fiz uma peça amadora e com 15 estreei profissionalmente no teatro, com a peça “A Fonte”, com o ator Sérgio Cardoso. Foi em 1992.
E&T – Existem alguns tipos de “vícios” trazidos da dublagem você teve de perder para atuar nos palcos?
HB – A busca pelo teatro foi para aprofundar na arte. A dublagem me trouxe para este mundo e aí eu quis conhecer logo tudo. O que eu tive que aprender foi mexer com o corpo, porque o dublador fica parado, não tem muito trabalho corporal e o teatro exige muito disso do ator.
E&T – Existe um perfil ideal de um dublador?
HB – Não. Tem pessoas de todo o tipo aqui(Dublagem), pessoas que vieram de rádio, radio novela, muitos vieram do teatro, hoje tem fãs que querem só dublar, não querem fazer mais nada. Não tem como definir um perfil não, o ideal é que seja um ator, pois a dublagem é uma das opções do ator.
E&T – Para tornar-se um profissional de dublagem, qual a formação necessária?
HB – Basta ser ator. Ter o registro profissional de ator. Sem isso você não trabalha, com isso você tem que convencer com seu talento. Tem que ter uma boa dicção, boa voz, o que não quer dizer voz bonita, ter controle sobre sua voz. Uma boa leitura é fundamental e precisa ter uma boa interpretação.
E&T – Existem diferenças na hora de dublar um filme e um desenho ou anime?
HB – Existe diferença de filme para filme, desenho para desenho, anime para anime. Cada trabalho é um trabalho. Por isso que nos cursos da Dubrasil(Estúdio-Escola de dublagem) até falo isso: Não existe eu já sei dublar, existe eu já sei resolver problemas quando eles aparecem. Cada filme é de um jeito, cada ator é de um jeito, cada personagem de anime é de um jeito.
E&T – Quais atores você dublou no cinema? Algum favorito?
HB – Cara, eu dublei muita coisa, já tenho 21 anos de dublagem, mas o que eu gosto de falar: Matt Damon eu fiz “O Resgate do Soldado Ryan”, lá no Rio de Janeiro, dublei na VTI. Fiz ele no “Ligado em Você”, fiz mais um ou dois filmes dele. O Edward Norton fiz no “Clube da Luta”, na Herbert Richers. Depois fiz “Todos dizem eu te amo”. Chris O´Donnel eu fiz em “O Segredo”, “Batman Eternamente”. Asthon Kutcher que eu fiz “A Família da Noiva”, “Recém-casados”, “Cara, Cadê meu carro”. É um outro ator que gosto de dublar. Depois de “Cavaleiros do Zodíaco”, muitos passaram a acompanhar meu trabalho e estão me ajudando a montar um currículo pelo Orkut.
E&T – Você prefere assistir um filme dublado ou legendado?
HB – Depende muito. Se eu chego em casa cansado eu não vou acompanhar a legenda, eu vou ver dublado. Se vou ao cinema é uma questão de hábito, vou ver legendado. Mas eu tenho uma boa leitura, compreendo o inglês razoavelmente bem, mas isso varia muito. Se eu vejo uma dublagem “porca”, não tem condições de ver. Se eu vejo uma dublagem bacana eu quero acompanhar profissionalmente o trabalho, quem fez, como fez, para eu aprimorar também.
E&T – O preconceito é muito grande com os filmes dublados?
HB – A elite. A elite brasileira metida à besta. Mas o ideal é que haja escolha. Então o consumidor tem o direito de escolher como quer ver o filme, se quer dublado, legendado ou nem uma coisa, nem outra. Acho que se você consegue ler Shakespeare no original não teria porque fazer outra escolha. Você tem que se sujeitar a uma tradução e aí ler o filme. Você não vai conseguir olhar para a cara dos atores, enxergar a cena, fica aquela sensação de: “Pô, eu já vi esse filme, mas não vi essa cena!” É claro que não, você tava lendo a legenda! Então acho que o ideal é o direito de escolha, que o DVD já nos trouxe e a TV digital nos dará.
E&T – Como é o mercado de trabalho hoje? Possui vagas para quem está começando ou é restrito aos mais experientes?
HB – O ramo da dublagem precisa de gente nova. Os atores de dublagem não querem que essas pessoas cheguem. É uma questão de protecionismo burro do seu mercado, quer dizer: “tô ganhando bem, se alguém chegar vai tomar minha parte”. É um pensamento de uma, não sei se de uma maioria ou minoria. É um pensamento estúpido que ao longo das décadas os dubladores passaram para quem tentou chegar. Se você tentar chegar na dublagem em qualquer outro estúdio você vai sentir um “não venha para cá”, uma sensação de gelo. A dublagem se não tiver portas abertas para quem chegar de novo vai acabar. Se hoje agente já não tem elenco, com a TV digital então vai acabar. Agente tem formado muita gente bacana, então acho que não vamos sofrer com isso não. A mentalidade já tem mudado. Quem estiver bem preparado terá lugar garantido. Pelo que eu prevejo com a TV digital, talvez até quem não esteja bem preparado também encontre seu espaço. O mercado vai expandir. Com a TV digital ele pode pegar o público que gosta de legenda, o que gosta da dublagem e o que não gosta nem de um, nem de outro. Ele não vai abrir mão de nenhum desses públicos de forma alguma, ou seja, tudo que entrar no Brasil vai ser dublado e isso é muita coisa. Hoje você tem 3 Tvs a cabo. No mundo tem uma porção. Vai chegar no Brasil mais cedo ou mais tarde. Se nem isso que tem no Brasil é dublado, quando for, vai ser amanhã, aí é muito trabalho.
E&T – Você também dirige dublagens. Como é o processo de direção e escolha de papéis?
HB – Eu escalo aqui também. Faço isso com o que eu já conheço das vozes, eu tenho a lista dos atores que trabalham pra gente. Baseado nesta lista eu escolho. Não é muito difícil porque eu tenho cinco ou seis opções para cada faixa de voz. Eu escalo muito pela aparência física, pela semelhança. Se Deus deu a voz, ninguém escala melhor do que ele e costuma dar certo. Ou pelo timbre da voz original. Ouço a voz original e vou. Isso varia muito, vai no feeling na hora em que você está escalando.
E&T – É comum o uso de voz caricata?
HB – Em filme fica complicado, você pode pesar ou não a sua voz ou deixar ela mais leve e tal. Mas voz caricata é mais para um desenho, dá para ter uma variedade maior, viajar um pouco mais: “Eu acho que fulano chega, brincando com a voz dele”. No filme é a voz do cara que eu quero.
E&T – Como é feita a substituição de uma voz?
HB – O filme dificilmente tem um ator que faz a mesma voz em todos os filmes. Teve o caso do Bruce Willis que veio desde a “A gata e o rato” com o Da Matta. Como ele faleceu, vieram outras vozes para o ator. Tem o caso do Eddie Murphy que é o nosso amigo Mário Jorge lá do Rio de Janeiro, que é só ele que dubla. Já não consigo mais lembrar de outros casos de ator. Isso porque o filme pode ir para o Rio de Janeiro, como pode vir para São Paulo, então não tem como manter. Até teria se tivessem vontade, mas não têm. No caso do desenho é sempre muito triste. A não ser por motivo de força maior, a mudança quando acontece é problema político, por o cara não querer dublar nessa empresa, pela empresa não querer que o cara duble.
E&T – Por motivo financeiro também?
HB – O motivo financeiro dificilmente atrapalha porque agente têm uma tabela. O trabalho é tabelado, não tem como fugir disso. Pode acontecer de “Eu dublo o Seiya, sei que ele é importante, ninguém vai dublar, então vou me meter à besta e pedir um cachê para fazer isso”. Pode acontecer mas não é comum. Pode acontecer como está acontecendo por direito autoral, onde os atores estão pedindo para que cumpra-se a lei, e aí os distribuidores começaram a passar contratos para assinar, ou seja, “abra mão dos seus direitos autorais”. E aí eu posso não querer. Aconteceu recentemente e muitas mudanças vieram. O “Homer Simpson” com o Valdir Santana foi um caso desse, o Tatá Guarnieri com o “24 Horas”, o meu caso com o “Prison Break”, então são esses fatores aí. “Cavaleiros do Zodíaco” agora é o caso que agente está vivendo, são 3 atores que não querem dublar. O Briggs alega motivos profissionais, o Marcelo e o Wellington não querem trabalhar na Dubrasil por motivos pessoais. Antes foi feita na Álamo, a primeira fase da série mais a saga de Hades. Foi feito na Dubrasil o episódio zero e os 4 filmes antigos. O Marcelo inclusive dublou, esteve aqui, não faz nem um mês. Na época da Álamo, da saga de Hades, eu não me dava com o Marcelo como não me dou ainda e estive lá sob a direção dele com o maior respeito a ele, aos fãs e a casa. É muito ruim quando você tem que mudar as vozes. Com o Shrek foi assim, com a morte do Bussunda. Por melhor que seja o Mauro Ramos, que é de longe muito melhor do que o Bussunda, até porque viveu disso há muito tempo, mas é que agente fica acostumado.
E&T – Após 20 anos de carreira, qual sua projeção para o futuro?
HB – A dublagem é um lugar que já me estabeleci. 21 anos de carreira este ano, eu já passei por todas as fases, de dublador, diretor de dublagem, dono de empresa hoje, então é uma coisa que está estabelecida. Teatro eu me formei na escola de arte dramática da USP em 2005. Fiz “Ícaro III”, estou ensaiando “Don Juan” e tenho mais uma peça ano que vem. É uma seara que eu também estou me estabelecendo. Cinema é meu próximo investimento sério. Tem 3 filmes que eu rodei ano passado e no ano anterior, que estão para estrear. Mas é uma seara que eu pretendo investir mais fortemente. E televisão acho que vai ser meio resultado disso. Também é uma coisa que eu gosto de fazer, já fiz algumas coisas e me interessa fazer, ou seja, investir nas coisas que eu ainda não tenho estabelecidas, não tenho conquistado.
E&T – Não poderia deixar de falar dos cavaleiros do zodíaco. Você acredita que os dubladores preenchem o papel do personagem animado para os fãs?
HB – No caso do desenho animado, o desenho não existe sem a voz. Ele é dublado seja aqui, seja no Japão, seja na Grécia, ele é dublado. Senão ele não tem som nenhum. Então essa identificação vem com “Cavaleiros do Zodíaco”, que é um marco histórico nisso. Antigamente não. “Pica-Pau” é ele mesmo. Você não pensava em quem dublava, quem estava por trás da voz. Cavaleiros e a cultura do Anime que traz isso para cá. Então os fãs vão atrás disso, vão conhecer o desenho animado e o acesso mais próximo que eles têm disso é com o dublador que deu a voz aquele perseonagem.
Seiya de Pégaso. Principal personagem da Carreira.
E&T – Qual a importância do Seiya em sua vida?
HB – Cavaleiros é um marco histórico na dublagem brasileira e o Seiya é o protagonista desta esfera, então é o meu personagem mais importante nesse sentido. Foi o que me projetou publicamente. Também veio com o advento da internet, veio mais ou menos na mesma fase, não foi pai?(Gilberto Baroli, pai do dublador, que assistia a entrevista).
E&T – Existe alguma expectativa entre vocês (dubladores) sobre a seqüência da série?
HB – Depois desta saga do inferno, vem os Campos Elíseos. Acredito que seja uma série que estréia no final do ano no Japão. Então me parece que o (Massami) Kurumada andou lendo “Divina Comédia” do Dante Alighieri, porque a saga do inferno é o inferno de Dante todinho com os cavaleiros inseridos, e os Campos Elíseos deve ser a continuação disso. Essa saga do inferno é muito legal, a resolução do desenho é muito boa, muito bem feito e dublagem também vai ficar sensacional. Inclusive, caso precisemos substituir as vozes, será para melhor.
E&T – Um recado para as pessoas que pensam em tornar-se dubladores.
HB – Se tornem primeiro grandes atores. Estudem teatro. O cinema tem coisa de 100 ano, TV por aí, dublagem 80, 100 anos e teatro tem 3 mil.
Gilberto Baroli – E sobretudo não queiram achar atalhos para chegar à dublagem através de escolas que prometem DRT porque isso é ilegal e acaba se tornando uma grande dor de cabeça.
HB – Porque o DRT faz com que eu possa trabalhar contigo, não que eu queria trabalhar contigo. O talento vai fazer com que eu queira trabalhar contigo. Não há como trabalhar sem esta licença e o ator não pára de estudar nunca. Não adianta ele ir em uma escola e dizer: sou ator. Pode ser, mas continue se aprofundando nisso, porque a dublagem é o trabalho do ator, e do bom ator. Não é qualquer ator que faz a dublagem não. É um trabalho muito difícil, não basta interpretar, tem toda a parte técnica para realizar. Então atalho é perda de tempo.
E&T – Para encerrar, gostaria que fizessem alguma fala dos personagens de vocês, os antagônicos Seiya(Hermes Baroli) e Saga(Gilberto Baroli) – Para ouvir basta baixar a entrevista no link no início da matéria.
HB – Saga, dessa vez seus poderes não vão funcionar! Eu vou proteger Athena!
GB – Morra Seiya, seu viadinho!
E&T – Muito obrigado pela atenção de vocês.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
O véo que cobre o conhecimento
A trama começa quando o frade franciscano Guilherme de Baskerville, acompanhado de seu aprendiz Adso de Melk, chega ao mosteiro beneditino para solucionar uma estranha morte. Eles notam que essa e as mortes seguintes estão ligadas à descoberta do conteúdo de um livro que pertence a uma biblioteca restrita. A “sede” de conhecimento de Guilherme o faz encontrar este local proibido e conseqüentemente o livro. Trata-se de uma obra do filósofo grego Aristóteles. As mortes cada vez mais estranhas não intrigam pela semelhança com o apocalipse e sim pela mancha negra na língua e nos dedos dos mortos. Para maior “confiabilidade” na investigação o Vaticano envia seus inquisidores a pedido dos beneditinos, comandados por Bernardo Gui. Este se mostra cruel e tendencioso em seu julgamento, condenando como herege qualquer um que se opusesse à sua opinião. Todos os sentenciados eram queimados na fogueira em nome de um “bem maior”. Guilherme causou um grande desconforto para a igreja, pois não via os acontecimentos como algo sobrenatural ou uma punição divina, mas como crimes cometidos por humanos. O franciscano descobriu a essência dos livros, que falavam sobre conhecimento antigo e razão. Paralelo aos crimes, o amor surge quando o jovem franciscano Adso se envolve com uma bela camponesa, ato que a igreja hipocritamente condena, mesmo que a maioria dos moradores do mosteiro também o praticasse freqüentemente.
O antagonismo na trama aparece entre franciscanos e dominicanos, que apesar de seguirem a mesma religião tinham ideologias totalmente diferentes. De forma mais específica, a grande divergência entre as duas partes é a divulgação ou não do conhecimento, comprometendo diretamente a cultura do povo na Idade Média. A igreja temia perder seu grandioso poder quando a racionalidade atingisse o povo e as pessoas soubessem que grandes pensadores viveram e ensinaram antes de Cristo. A força da igreja na época é algo nítido, pois era abastecida por camponeses locais e os pagava com repressão, acusações de heresia, abusos sexuais (apesar do celibato), ou seja, uma verdadeira lavagem cerebral que reprimia a ação popular, vivendo o temor constante de uma retaliação. As mortes mostram até onde o ser humano pode chegar, no caso, envenenando as páginas de um livro, e até queimando toda a biblioteca, omitindo assim, um passado repleto de informações que jamais serão reescritas.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Maze of my Head
Para ouvi-la basta clicar aqui
Maze of my Head
(Blame/Abduction)
Why you scream at night?
They scare you?
They are ghosts from the time
They came to remember the true
In seconds the rose garden
Change to war field
The Fleets come to put mud
On your face
This broken my mind
This change myself
When the Tears fall from your eyes
you make yourself
When you´ll find the key
The storm will stop and I´ll see
Maze of my Head
Maze of my Head
When I stay alone in my room
I stay together with you
But all these walls can´t let find her
I didn´t choose to join war
And now I kill
My soul is so far
With my family in the greatest mill
Amo-te
amo-te com a beleza da lua
amo-te com o brilho da estrela
essa luz sim, torno tua
Tua luz me cobre toda a alma
Tua luz conforta minha dor
Tua luz aquece a vida
e sinto dela todo amor
terça-feira, 25 de setembro de 2007
A tropa de elite
Em 1997 o capitão Nascimento resolve deixar o comando do B.O.P.E., a elite da polícia carioca, para tornar-se presente no convívio de seu lar, já que sua esposa está esperando seu primeiro filho. Para que isso aconteça, ele precisa encontrar um substituto à sua altura. Em uma das missões do grupo na favela ele encontra os aspirantes da polícia militar, Neto e Mathias, que inconformados com a corrupção do seu batalhão decidem entrar para a elite da polícia carioca. O treinamento duríssimo faz muitos candidatos desistirem, mas Nascimento sabe que um dos dois aspirantes ficará em seu lugar. Neto acaba morto em uma emboscada armada para Mathias. O autor desse assassinato é conhecido como Baiano, o líder do tráfico no local. Movido por esta morte, Nascimento busca a cabeça do traficante em sua última missão e, seguindo os lemas citados no início do texto, “os caveiras” , como são conhecidos os policiais do B.O.P.E., usam todos seus métodos para chegar ao seu destino. Torturam, matam e espalham terror pelo morro. Após uma intensa caçada, Nascimento entrega a arma a Mathias, como um presidente que passa a faixa para o sucessor. Coroado simbolicamente pelo capitão, Mathias executa o traficante com a frieza que um capitão do B.O.P.E. precisava ter.
Trazendo lemas como “Homens de preto, qual é a sua missão? É invadir favela e deixar corpo no chão” e “Missão dada é missão cumprida”, o filme Tropa de Elite retrata com perfeição a situação caótica instaurada na maior favela do Brasil, conhecida como Rio de Janeiro. A corrupção dos policiais militares envolvidos com jogatina, prostituição, mortes e acordos com traficantes é uma das realidades apontadas no filme, bem como a relação dos jovens da elite com o tráfico de drogas.
O diretor José Padilha conseguiu retratar em sua obra, de um lado, a corrupção da polícia militar envolvida com todos os tipos de ilegalidade, e de outro, o modo como o B.O.P.E. procura combater os traficantes e os próprios PMs cariocas com muita violência e disciplina. Pessoas treinadas para combater na interminável guerra contra o tráfico carioca.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
A sentença de todos nós
- Venha, Simon – disse o carcereiro rispidamente – está na hora.
O homem chamado de Simon possuía uma longa barba grisalha, cabelos desgrenhados da mesma cor e aparentava muito cansaço. Ele levantou de sua cama de metal e lentamente caminhou até o carcereiro que o olhava fixamente.
- O padre está te esperando – sibilou o mesmo com um tom de desdém – arrependido?
- Não preciso de padres, gordinho – disse Simon sem alterar o tom da voz – ele não vai salvar minha vida.
Irritado pela provocação que o prisioneiro sempre fazia, o carcereiro o pegou fortemente pelo braço e o encaminhou para o corredor seguinte. O condenado cambaleou e seguiu em frente olhando o caminho que haveria de percorrer para encontrar sua morte. Seriam seus últimos passos de vida. Faltava pouco para a chama se extinguir. Simon recordou sua trajetória e não se arrependia do que havia feito. Como se adivinhasse o ocorrido, o guarda o interpelou.
- Você não me parece como os outros – fez uma pausa – digo, que estão no corredor da morte. O que fez para estar aqui?
- Justiça – sibilou Simon olhando fixamente para o final do corredor.
Ele parecia sem forças, totalmente conformado com seu destino, mas não sentia um temor como todos os outros. Simon era realmente diferente.
- Você torturou e matou dois estudantes de faculdade! – gritou o guarda perdendo o controle – Como pode dizer que fez justiça?
- Eles estupraram e mataram minha filha – respondeu Simon calmamente – você tem idéia do que é isso?
- Nada justifica – ironizou o guarda – você se igualou a eles.
- Não diga o que você não sabe! – sibilou Simon agarrando o colarinho do carcereiro com as mãos algemadas – você não imagina o que senti!
Por um breve instante eles se olharam e quando outros guardas ameaçavam intervir, Simon largou seu condutor e continuou andando com a mesma aparência calma e fria de instantes atrás.
- Ouvi dizer que estão tentando um recurso para alegar insanidade no seu caso – disse o guarda – acha que dá tempo?
- Não importa mais. Não preciso mais viver – respondeu o condenado – Fiz o que tinha de ser feito. Se eles fossem pobres não teriam sido inocentados.
Ao pensar nos dois garotos, a memória de Simon o conduziu ao reconhecimento do corpo da filha no instituto médico. A dor parecia ter voltado ao seu peito, vendo sua garota que estava prestes a completar dezessete anos, morta. A menina totalmente pálida, deitada na mesa metálica, não tinha mais aquela graça e o brilho nos olhos que agora estavam cerrados. Estava coberta de hematomas que indicavam uma brutalidade imensa. Voltava da escola quando os jovens a abordaram, obrigaram-na a entrar no carro. Eles a violentaram, espancaram-na e à beira da morte a deixaram na margem de um rio à sua própria sorte. O ódio voltava ao coração do pai que agora recordava o momento em que resolveu fazer a justiça. Ambos foram absolvidos em um tribunal lotado e a comemoração foi geral. Simon pegou sua velha espingarda e foi atrás dos dois, que na mesma noite foram a uma festa de faculdade para comemorar a sentença. Simon ordenou que todos saíssem, com exceção dos assassinos. Assustados, eles se entreolharam e foram para cima do homem alto, que apesar de grisalho, aparentava jovialidade com seu cabelo alinhado e a barba feita. Simon os jogou no chão com toda sua fúria. Espancou ambos com todo seu ódio e rancor.
- Agora vocês vão ter um pouco do que merecem! – vociferou Simon.
O homem amarrou os dois rapazes totalmente nus em duas cadeiras. Um de frente para o outro.
- Gostaram do que fizeram com a minha filha? – indagou Simon – Pois vou fazer com vocês, o que qualquer pai na minha situação gostaria de fazer!
Ao som dos primeiros carros de polícia, Simon retirou um grande facão de jardim e cortou as genitais dos dois rapazes que urraram com a dor insuportável. Deixou-os por longos dez minutos, sangue escorrendo entre as pernas e a insanidade ocultando a razão. Simon então pegou sua espingarda, colou na testa do primeiro e disparou. Assim fez com o segundo. Foi quando a polícia entrou e o rendeu imediatamente.
- Simon! – gritou o guarda.
O condenado havia aberto os olhos. O corredor não estava mais lá. Em seu lugar apareceu uma sala com uma maca. Em frente uma outra sala os assistia por um vidro. Os pais dos jovens lá estavam silenciados, estáticos.
- Parece que hoje não têm o que comemorar – sibilou Simon junto ao vidro – não é mesmo? Agora sabem o que eu senti. Não quiseram justiça para mim? Sabem o que busquei e não tive.
Os pais sentiam nojo do condenado, mas no fundo entendiam o que ele quis dizer. Então Simon foi deitado na maca. Amarraram-no firmemente e com a picada da primeira agulha viu toda sua vida passar, bons e maus momentos e uma agonia incontrolável. Por mais firme que estivesse, ele estava com medo da morte e do que vinha a seguir. Sua crença o levaria direto para o “inferno”, mas para onde sua consciência o levaria? Acreditou até o fim ter feito a coisa certa e ter vingado sua filha e quando o sono veio lentamente, percebeu que tudo estava acabando e então seus olhos fecharam para a escuridão.
O verdadeiro Brasil
Será que todos os brasileiros são realmente assim? Nem todos os beneficiados com o bolsa família estão contentes por receber uma esmola do governo, quando poderiam trabalhar pelo seu sustento. Vagas? Não existem para pessoas que estudaram no “maravilhoso” ensino público. Provavelmente não concordam com o fato de políticos trabalharem apenas três dias por semana e receberem vinte mil reais por mês. Alguns nem sonham com uma “chance” como esta, pois preferem ter a consciência limpa ao dormir. Como julgar e generalizar policiais que recebem uma miséria para arriscar suas vidas e que ainda são mortos com armas vendidas pelo próprio exército? Como falar dos moradores de favela que são intimidados e obrigados a colaborar com o crime pela própria sobrevivência? Será que todos sonham em ver o filho no tráfico? O sujeito resolve contestar o famoso jeitinho brasileiro, esta que é a única forma que o povo encontrou para driblar as dificuldades e as barreiras que a elite lhe impõe!
Ah, a elite! A grande responsável pelo futuro não chegar. Babacas são aqueles que colocam seu dinheiro à frente do desenvolvimento cultural e econômico de uma nação. O Brasil pode não ter terremoto, furacão, nem tsunami, mas tem um bando de inescrupulosos que resolveram manipular a massa e nos trazer de volta ao “pão e circo”. Não podemos e nem devemos generalizar todo um país pela conduta de algumas “facções” da ponta da pirâmide tupiniquim.Será que é tão fácil assim tirá-los do poder?