quinta-feira, 10 de julho de 2008

Reciclagem de lâmpadas

Segue matéria feita por mim para a Semana Estado de Jornalismo!

Tema: Sustentabilidade Empresarial/Habitação

Reciclar é a solução

As lâmpadas fluorescentes existentes no mercado são uma saída para o bolso do consumidor e para o problema do efeito estufa planetário. Elas consomem até 80% menos energia, duram até seis vezes mais e iluminam o dobro do que as incandescentes comuns, reduzindo a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.

O que poucas pessoas conhecem, são os riscos que o descarte indevido dessas lâmpadas podem acarretar ao meio ambiente e, conseqüentemente, à saúde da população. Em sua composição, é colocado mercúrio, um metal pesado que com a quebra da lâmpada, contamina o solo, os rios, lagos e represas, podendo causar paralisia, perda de memória, dores de cabeça e distúrbios emocionais. A solução encontrada foi a reciclagem do material.

No Brasil, cerca de 100 milhões de lâmpadas são descartadas anualmente e apenas 6% deste montante é reciclado. Como ainda não existe no país um sistema de coleta adequado, o ideal é que as pessoas busquem informações sobre o assunto nas prefeituras de suas cidades.

Em Curitiba, a prefeitura faz o recolhimento das lâmpadas gratuitamente nos 24 terminais de ônibus da cidade. O usuário deve levar dez unidades, no mínimo, que são encaminhadas à empresa Megareciclagem, empresa que atua há oito anos no mercado, reciclando uma média de 100 mil lâmpadas mensalmente. “As extremidades das lâmpadas são removidas, o vidro é limpo, depois triturado. Para finalizar, o mercúrio é separado do pó fosfórico, tornando assim, todos os componentes reutilizáveis”, explica Luis Schwarz, gerente administrativo da empresa. “O processo é bom porque não torna necessária a utilização de aterros para depositar o material”, finaliza. No Rio de Janeiro, a recicladora Elrec atua nos condomínios da cidade, cobrando uma taxa de R$ 0,60 a unidade pelo recolhimento.

Fundada em 1986, a recicladora Tramppo, de São Paulo, encontrou parceiros estratégicos para idealizar o processo, como a Universidade de São Paulo, o Governo do Estado, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Sebrae. “Somos focados na sustentabilidade, o que nos traz uma viabilidade econômica alinhada a uma melhoria social e ambientalmente correta”, explica o engenheiro técnico Roberson Nery, diretor-sócio da empresa. O reconhecimento veio por meio do II Forum de Investidores em Negócios Sustentáveis, no qual a empresa conquistou o prêmio de Modelo de Negócios em Desenvolvimento Sustentável no Brasil. O fórum foi idealizado pelo World Resources Institute, com sede na Faculdade Getúlio Vargas e parceria firmada com o Banco Real ABN AMRO Real e a Natura.

A iniciativa destas empresas é fundamental para a manutenção do meio ambiente, porém, a porcentagem de lâmpadas recicladas é pequena, em comparação com os países desenvolvidos. O Brasil ocupa a décima primeira posição no ranking, que é liderado pela Holanda, com 83% das lâmpadas recicladas, seguida por Suécia e Alemanha, ambas com 50%.