Em 1997 o capitão Nascimento resolve deixar o comando do B.O.P.E., a elite da polícia carioca, para tornar-se presente no convívio de seu lar, já que sua esposa está esperando seu primeiro filho. Para que isso aconteça, ele precisa encontrar um substituto à sua altura. Em uma das missões do grupo na favela ele encontra os aspirantes da polícia militar, Neto e Mathias, que inconformados com a corrupção do seu batalhão decidem entrar para a elite da polícia carioca. O treinamento duríssimo faz muitos candidatos desistirem, mas Nascimento sabe que um dos dois aspirantes ficará em seu lugar. Neto acaba morto em uma emboscada armada para Mathias. O autor desse assassinato é conhecido como Baiano, o líder do tráfico no local. Movido por esta morte, Nascimento busca a cabeça do traficante em sua última missão e, seguindo os lemas citados no início do texto, “os caveiras” , como são conhecidos os policiais do B.O.P.E., usam todos seus métodos para chegar ao seu destino. Torturam, matam e espalham terror pelo morro. Após uma intensa caçada, Nascimento entrega a arma a Mathias, como um presidente que passa a faixa para o sucessor. Coroado simbolicamente pelo capitão, Mathias executa o traficante com a frieza que um capitão do B.O.P.E. precisava ter.
Trazendo lemas como “Homens de preto, qual é a sua missão? É invadir favela e deixar corpo no chão” e “Missão dada é missão cumprida”, o filme Tropa de Elite retrata com perfeição a situação caótica instaurada na maior favela do Brasil, conhecida como Rio de Janeiro. A corrupção dos policiais militares envolvidos com jogatina, prostituição, mortes e acordos com traficantes é uma das realidades apontadas no filme, bem como a relação dos jovens da elite com o tráfico de drogas.
O diretor José Padilha conseguiu retratar em sua obra, de um lado, a corrupção da polícia militar envolvida com todos os tipos de ilegalidade, e de outro, o modo como o B.O.P.E. procura combater os traficantes e os próprios PMs cariocas com muita violência e disciplina. Pessoas treinadas para combater na interminável guerra contra o tráfico carioca.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
A tropa de elite
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
A sentença de todos nós
Aqui vai uma pequena narrativa feita sobre a pena de morte...
- Venha, Simon – disse o carcereiro rispidamente – está na hora.
O homem chamado de Simon possuía uma longa barba grisalha, cabelos desgrenhados da mesma cor e aparentava muito cansaço. Ele levantou de sua cama de metal e lentamente caminhou até o carcereiro que o olhava fixamente.
- O padre está te esperando – sibilou o mesmo com um tom de desdém – arrependido?
- Não preciso de padres, gordinho – disse Simon sem alterar o tom da voz – ele não vai salvar minha vida.
Irritado pela provocação que o prisioneiro sempre fazia, o carcereiro o pegou fortemente pelo braço e o encaminhou para o corredor seguinte. O condenado cambaleou e seguiu em frente olhando o caminho que haveria de percorrer para encontrar sua morte. Seriam seus últimos passos de vida. Faltava pouco para a chama se extinguir. Simon recordou sua trajetória e não se arrependia do que havia feito. Como se adivinhasse o ocorrido, o guarda o interpelou.
- Você não me parece como os outros – fez uma pausa – digo, que estão no corredor da morte. O que fez para estar aqui?
- Justiça – sibilou Simon olhando fixamente para o final do corredor.
Ele parecia sem forças, totalmente conformado com seu destino, mas não sentia um temor como todos os outros. Simon era realmente diferente.
- Você torturou e matou dois estudantes de faculdade! – gritou o guarda perdendo o controle – Como pode dizer que fez justiça?
- Eles estupraram e mataram minha filha – respondeu Simon calmamente – você tem idéia do que é isso?
- Nada justifica – ironizou o guarda – você se igualou a eles.
- Não diga o que você não sabe! – sibilou Simon agarrando o colarinho do carcereiro com as mãos algemadas – você não imagina o que senti!
Por um breve instante eles se olharam e quando outros guardas ameaçavam intervir, Simon largou seu condutor e continuou andando com a mesma aparência calma e fria de instantes atrás.
- Ouvi dizer que estão tentando um recurso para alegar insanidade no seu caso – disse o guarda – acha que dá tempo?
- Não importa mais. Não preciso mais viver – respondeu o condenado – Fiz o que tinha de ser feito. Se eles fossem pobres não teriam sido inocentados.
Ao pensar nos dois garotos, a memória de Simon o conduziu ao reconhecimento do corpo da filha no instituto médico. A dor parecia ter voltado ao seu peito, vendo sua garota que estava prestes a completar dezessete anos, morta. A menina totalmente pálida, deitada na mesa metálica, não tinha mais aquela graça e o brilho nos olhos que agora estavam cerrados. Estava coberta de hematomas que indicavam uma brutalidade imensa. Voltava da escola quando os jovens a abordaram, obrigaram-na a entrar no carro. Eles a violentaram, espancaram-na e à beira da morte a deixaram na margem de um rio à sua própria sorte. O ódio voltava ao coração do pai que agora recordava o momento em que resolveu fazer a justiça. Ambos foram absolvidos em um tribunal lotado e a comemoração foi geral. Simon pegou sua velha espingarda e foi atrás dos dois, que na mesma noite foram a uma festa de faculdade para comemorar a sentença. Simon ordenou que todos saíssem, com exceção dos assassinos. Assustados, eles se entreolharam e foram para cima do homem alto, que apesar de grisalho, aparentava jovialidade com seu cabelo alinhado e a barba feita. Simon os jogou no chão com toda sua fúria. Espancou ambos com todo seu ódio e rancor.
- Agora vocês vão ter um pouco do que merecem! – vociferou Simon.
O homem amarrou os dois rapazes totalmente nus em duas cadeiras. Um de frente para o outro.
- Gostaram do que fizeram com a minha filha? – indagou Simon – Pois vou fazer com vocês, o que qualquer pai na minha situação gostaria de fazer!
Ao som dos primeiros carros de polícia, Simon retirou um grande facão de jardim e cortou as genitais dos dois rapazes que urraram com a dor insuportável. Deixou-os por longos dez minutos, sangue escorrendo entre as pernas e a insanidade ocultando a razão. Simon então pegou sua espingarda, colou na testa do primeiro e disparou. Assim fez com o segundo. Foi quando a polícia entrou e o rendeu imediatamente.
- Simon! – gritou o guarda.
O condenado havia aberto os olhos. O corredor não estava mais lá. Em seu lugar apareceu uma sala com uma maca. Em frente uma outra sala os assistia por um vidro. Os pais dos jovens lá estavam silenciados, estáticos.
- Parece que hoje não têm o que comemorar – sibilou Simon junto ao vidro – não é mesmo? Agora sabem o que eu senti. Não quiseram justiça para mim? Sabem o que busquei e não tive.
Os pais sentiam nojo do condenado, mas no fundo entendiam o que ele quis dizer. Então Simon foi deitado na maca. Amarraram-no firmemente e com a picada da primeira agulha viu toda sua vida passar, bons e maus momentos e uma agonia incontrolável. Por mais firme que estivesse, ele estava com medo da morte e do que vinha a seguir. Sua crença o levaria direto para o “inferno”, mas para onde sua consciência o levaria? Acreditou até o fim ter feito a coisa certa e ter vingado sua filha e quando o sono veio lentamente, percebeu que tudo estava acabando e então seus olhos fecharam para a escuridão.
- Venha, Simon – disse o carcereiro rispidamente – está na hora.
O homem chamado de Simon possuía uma longa barba grisalha, cabelos desgrenhados da mesma cor e aparentava muito cansaço. Ele levantou de sua cama de metal e lentamente caminhou até o carcereiro que o olhava fixamente.
- O padre está te esperando – sibilou o mesmo com um tom de desdém – arrependido?
- Não preciso de padres, gordinho – disse Simon sem alterar o tom da voz – ele não vai salvar minha vida.
Irritado pela provocação que o prisioneiro sempre fazia, o carcereiro o pegou fortemente pelo braço e o encaminhou para o corredor seguinte. O condenado cambaleou e seguiu em frente olhando o caminho que haveria de percorrer para encontrar sua morte. Seriam seus últimos passos de vida. Faltava pouco para a chama se extinguir. Simon recordou sua trajetória e não se arrependia do que havia feito. Como se adivinhasse o ocorrido, o guarda o interpelou.
- Você não me parece como os outros – fez uma pausa – digo, que estão no corredor da morte. O que fez para estar aqui?
- Justiça – sibilou Simon olhando fixamente para o final do corredor.
Ele parecia sem forças, totalmente conformado com seu destino, mas não sentia um temor como todos os outros. Simon era realmente diferente.
- Você torturou e matou dois estudantes de faculdade! – gritou o guarda perdendo o controle – Como pode dizer que fez justiça?
- Eles estupraram e mataram minha filha – respondeu Simon calmamente – você tem idéia do que é isso?
- Nada justifica – ironizou o guarda – você se igualou a eles.
- Não diga o que você não sabe! – sibilou Simon agarrando o colarinho do carcereiro com as mãos algemadas – você não imagina o que senti!
Por um breve instante eles se olharam e quando outros guardas ameaçavam intervir, Simon largou seu condutor e continuou andando com a mesma aparência calma e fria de instantes atrás.
- Ouvi dizer que estão tentando um recurso para alegar insanidade no seu caso – disse o guarda – acha que dá tempo?
- Não importa mais. Não preciso mais viver – respondeu o condenado – Fiz o que tinha de ser feito. Se eles fossem pobres não teriam sido inocentados.
Ao pensar nos dois garotos, a memória de Simon o conduziu ao reconhecimento do corpo da filha no instituto médico. A dor parecia ter voltado ao seu peito, vendo sua garota que estava prestes a completar dezessete anos, morta. A menina totalmente pálida, deitada na mesa metálica, não tinha mais aquela graça e o brilho nos olhos que agora estavam cerrados. Estava coberta de hematomas que indicavam uma brutalidade imensa. Voltava da escola quando os jovens a abordaram, obrigaram-na a entrar no carro. Eles a violentaram, espancaram-na e à beira da morte a deixaram na margem de um rio à sua própria sorte. O ódio voltava ao coração do pai que agora recordava o momento em que resolveu fazer a justiça. Ambos foram absolvidos em um tribunal lotado e a comemoração foi geral. Simon pegou sua velha espingarda e foi atrás dos dois, que na mesma noite foram a uma festa de faculdade para comemorar a sentença. Simon ordenou que todos saíssem, com exceção dos assassinos. Assustados, eles se entreolharam e foram para cima do homem alto, que apesar de grisalho, aparentava jovialidade com seu cabelo alinhado e a barba feita. Simon os jogou no chão com toda sua fúria. Espancou ambos com todo seu ódio e rancor.
- Agora vocês vão ter um pouco do que merecem! – vociferou Simon.
O homem amarrou os dois rapazes totalmente nus em duas cadeiras. Um de frente para o outro.
- Gostaram do que fizeram com a minha filha? – indagou Simon – Pois vou fazer com vocês, o que qualquer pai na minha situação gostaria de fazer!
Ao som dos primeiros carros de polícia, Simon retirou um grande facão de jardim e cortou as genitais dos dois rapazes que urraram com a dor insuportável. Deixou-os por longos dez minutos, sangue escorrendo entre as pernas e a insanidade ocultando a razão. Simon então pegou sua espingarda, colou na testa do primeiro e disparou. Assim fez com o segundo. Foi quando a polícia entrou e o rendeu imediatamente.
- Simon! – gritou o guarda.
O condenado havia aberto os olhos. O corredor não estava mais lá. Em seu lugar apareceu uma sala com uma maca. Em frente uma outra sala os assistia por um vidro. Os pais dos jovens lá estavam silenciados, estáticos.
- Parece que hoje não têm o que comemorar – sibilou Simon junto ao vidro – não é mesmo? Agora sabem o que eu senti. Não quiseram justiça para mim? Sabem o que busquei e não tive.
Os pais sentiam nojo do condenado, mas no fundo entendiam o que ele quis dizer. Então Simon foi deitado na maca. Amarraram-no firmemente e com a picada da primeira agulha viu toda sua vida passar, bons e maus momentos e uma agonia incontrolável. Por mais firme que estivesse, ele estava com medo da morte e do que vinha a seguir. Sua crença o levaria direto para o “inferno”, mas para onde sua consciência o levaria? Acreditou até o fim ter feito a coisa certa e ter vingado sua filha e quando o sono veio lentamente, percebeu que tudo estava acabando e então seus olhos fecharam para a escuridão.
O verdadeiro Brasil
Arnaldo Jabor mencionou em seu texto um relato sobre o posicionamento político dos brasileiros. Afirmou também que os brasileiros são babacas.
Será que todos os brasileiros são realmente assim? Nem todos os beneficiados com o bolsa família estão contentes por receber uma esmola do governo, quando poderiam trabalhar pelo seu sustento. Vagas? Não existem para pessoas que estudaram no “maravilhoso” ensino público. Provavelmente não concordam com o fato de políticos trabalharem apenas três dias por semana e receberem vinte mil reais por mês. Alguns nem sonham com uma “chance” como esta, pois preferem ter a consciência limpa ao dormir. Como julgar e generalizar policiais que recebem uma miséria para arriscar suas vidas e que ainda são mortos com armas vendidas pelo próprio exército? Como falar dos moradores de favela que são intimidados e obrigados a colaborar com o crime pela própria sobrevivência? Será que todos sonham em ver o filho no tráfico? O sujeito resolve contestar o famoso jeitinho brasileiro, esta que é a única forma que o povo encontrou para driblar as dificuldades e as barreiras que a elite lhe impõe!
Ah, a elite! A grande responsável pelo futuro não chegar. Babacas são aqueles que colocam seu dinheiro à frente do desenvolvimento cultural e econômico de uma nação. O Brasil pode não ter terremoto, furacão, nem tsunami, mas tem um bando de inescrupulosos que resolveram manipular a massa e nos trazer de volta ao “pão e circo”. Não podemos e nem devemos generalizar todo um país pela conduta de algumas “facções” da ponta da pirâmide tupiniquim.Será que é tão fácil assim tirá-los do poder?
Será que todos os brasileiros são realmente assim? Nem todos os beneficiados com o bolsa família estão contentes por receber uma esmola do governo, quando poderiam trabalhar pelo seu sustento. Vagas? Não existem para pessoas que estudaram no “maravilhoso” ensino público. Provavelmente não concordam com o fato de políticos trabalharem apenas três dias por semana e receberem vinte mil reais por mês. Alguns nem sonham com uma “chance” como esta, pois preferem ter a consciência limpa ao dormir. Como julgar e generalizar policiais que recebem uma miséria para arriscar suas vidas e que ainda são mortos com armas vendidas pelo próprio exército? Como falar dos moradores de favela que são intimidados e obrigados a colaborar com o crime pela própria sobrevivência? Será que todos sonham em ver o filho no tráfico? O sujeito resolve contestar o famoso jeitinho brasileiro, esta que é a única forma que o povo encontrou para driblar as dificuldades e as barreiras que a elite lhe impõe!
Ah, a elite! A grande responsável pelo futuro não chegar. Babacas são aqueles que colocam seu dinheiro à frente do desenvolvimento cultural e econômico de uma nação. O Brasil pode não ter terremoto, furacão, nem tsunami, mas tem um bando de inescrupulosos que resolveram manipular a massa e nos trazer de volta ao “pão e circo”. Não podemos e nem devemos generalizar todo um país pela conduta de algumas “facções” da ponta da pirâmide tupiniquim.Será que é tão fácil assim tirá-los do poder?
O resgate de uma identidade
Crimes hediondos sempre aconteceram e não vão deixar de ocorrer de um dia para o outro. Mas quais fatores o fazem ocorrer? Qual a punição mais justa?
Matthew Poncelet, acusado de estupro seguido de um assassinato, residia no corredor da morte de uma penitenciária americana. Este era um jovem nascido e criado em uma família simples, porém honesta. Não sofreu traumas de infância que pudessem justificar suas atitudes futuras. O prisioneiro passou a se corresponder com a irmã Helen Prejean, uma freira de família rica, com bons valores. Uma pessoa abdicada do conforto e facilidade, comum entre os mais afortunados, resolveu viver entre os mais humildes fazendo a chamada “caridade”. Nos primeiros encontros Helen encontrou um homem agressivo e com um ódio incomum, sempre dizendo ser inocente. Sua execução estava cada vez mais próxima, apressada por questões políticas e raciais. Matthew assume ter compartilhado o crime, mas apenas como espectador, não atuante. A trama nos faz torcer para que isso seja verdade, ainda que isso não o isente de toda a culpa. Como conselheira espiritual, Helen busca uma redenção em forma de arrependimento por parte do condenado. Mas de maneira arrebatadora, o diretor Tim Robbins nos surpreende quando nos instantes finais de sua vida, Matthew não apenas se arrepende, como assume ter cometido o estupro e atirado na nuca do rapaz. Na realidade, faz mais do que isso: pediu perdão aos familiares das vítimas esperando que sua morte os confortasse e finalmente passa a grande mensagem do filme, de que as pessoas que o executaram naquele instante não se tornaram melhores, mas se igualaram a ele, num processo tão cruel quanto o que ele fez com os dois jovens.
O grande feito da irmã Helen foi ter resgatado a dignidade de Matthew antes da morte e ter buscado sentimentos que ninguém, talvez nem mesmo ele, imaginasse ter. O executado foi uma pessoa covarde e fraca que matou e violentou para provar ao seu parceiro que era digno de sua companhia. E tornou-se... Sua maior punição foi o arrependimento sentido no instante final, que o julgou, condenou e executou, nas leis de sua consciência.
Matthew Poncelet, acusado de estupro seguido de um assassinato, residia no corredor da morte de uma penitenciária americana. Este era um jovem nascido e criado em uma família simples, porém honesta. Não sofreu traumas de infância que pudessem justificar suas atitudes futuras. O prisioneiro passou a se corresponder com a irmã Helen Prejean, uma freira de família rica, com bons valores. Uma pessoa abdicada do conforto e facilidade, comum entre os mais afortunados, resolveu viver entre os mais humildes fazendo a chamada “caridade”. Nos primeiros encontros Helen encontrou um homem agressivo e com um ódio incomum, sempre dizendo ser inocente. Sua execução estava cada vez mais próxima, apressada por questões políticas e raciais. Matthew assume ter compartilhado o crime, mas apenas como espectador, não atuante. A trama nos faz torcer para que isso seja verdade, ainda que isso não o isente de toda a culpa. Como conselheira espiritual, Helen busca uma redenção em forma de arrependimento por parte do condenado. Mas de maneira arrebatadora, o diretor Tim Robbins nos surpreende quando nos instantes finais de sua vida, Matthew não apenas se arrepende, como assume ter cometido o estupro e atirado na nuca do rapaz. Na realidade, faz mais do que isso: pediu perdão aos familiares das vítimas esperando que sua morte os confortasse e finalmente passa a grande mensagem do filme, de que as pessoas que o executaram naquele instante não se tornaram melhores, mas se igualaram a ele, num processo tão cruel quanto o que ele fez com os dois jovens.
O grande feito da irmã Helen foi ter resgatado a dignidade de Matthew antes da morte e ter buscado sentimentos que ninguém, talvez nem mesmo ele, imaginasse ter. O executado foi uma pessoa covarde e fraca que matou e violentou para provar ao seu parceiro que era digno de sua companhia. E tornou-se... Sua maior punição foi o arrependimento sentido no instante final, que o julgou, condenou e executou, nas leis de sua consciência.
Abertura
Trago aqui, meu primeiro texto.
A resenha do filme "A vida de David Gale"
A justiça dos homens
O que levaria um competente professor de filosofia, formado em Harvard, autor de dois livros, com uma família totalmente feliz, a cometer um estupro seguido de um brutal assassinato? Podemos responder ao conhecer a trama de “A Vida de David Gale(2003)”.
David Gale, ativista que por muitas vezes lutou pela vida de prisioneiros no corredor da morte, foi desacreditado pela mídia e pela esposa, ao ser denunciado por estupro, por uma ex-aluna sua. Após a separação, o professor entregou-se à bebida, pela dor que sentia com a ausência do filho, levado à Espanha pela mãe.
Para piorar sua situação, a morte de Constance, uma grande amiga e ativista na luta contra a pena de morte, foi ligada imediatamente a ele, já que seu sêmen foi encontrado no corpo da vítima. Outro fator determinante para sua condenação foi o modo com que a moça foi assassinada: justamente como David havia descrito em um de seus livros. Tudo levava a crer na sua culpa, apesar do acusado sempre afirmar ser inocente.
Horas após sua execução, a verdade aparece em uma fita, provando o erro de julgamento, mostrando que inocentes também morrem no corredor da morte. Esse era o alvo da trama.
O roteiro leva o telespectador a imaginar a libertação de David, mas surpreendentemente vemos uma incrível armação, feita por condenados à morte, fator determinante para que buscassem coragem para realizar um plano de suicídio, baseado na ideologia contra a pena de morte.
A obra do diretor Alan Parker no faz refletir imensamente em como o sistema de leis é falho e ajustado de acordo com interesses políticos e que o homem faz e executa as leis como bem entende, de acordo com seus desejos e ambições.Isso só nos faz concluir que a justiça dos homens é tão certa quanto o próprio ser humano: cheia de vaidades e imperfeições.
A resenha do filme "A vida de David Gale"
A justiça dos homens
O que levaria um competente professor de filosofia, formado em Harvard, autor de dois livros, com uma família totalmente feliz, a cometer um estupro seguido de um brutal assassinato? Podemos responder ao conhecer a trama de “A Vida de David Gale(2003)”.
David Gale, ativista que por muitas vezes lutou pela vida de prisioneiros no corredor da morte, foi desacreditado pela mídia e pela esposa, ao ser denunciado por estupro, por uma ex-aluna sua. Após a separação, o professor entregou-se à bebida, pela dor que sentia com a ausência do filho, levado à Espanha pela mãe.
Para piorar sua situação, a morte de Constance, uma grande amiga e ativista na luta contra a pena de morte, foi ligada imediatamente a ele, já que seu sêmen foi encontrado no corpo da vítima. Outro fator determinante para sua condenação foi o modo com que a moça foi assassinada: justamente como David havia descrito em um de seus livros. Tudo levava a crer na sua culpa, apesar do acusado sempre afirmar ser inocente.
Horas após sua execução, a verdade aparece em uma fita, provando o erro de julgamento, mostrando que inocentes também morrem no corredor da morte. Esse era o alvo da trama.
O roteiro leva o telespectador a imaginar a libertação de David, mas surpreendentemente vemos uma incrível armação, feita por condenados à morte, fator determinante para que buscassem coragem para realizar um plano de suicídio, baseado na ideologia contra a pena de morte.
A obra do diretor Alan Parker no faz refletir imensamente em como o sistema de leis é falho e ajustado de acordo com interesses políticos e que o homem faz e executa as leis como bem entende, de acordo com seus desejos e ambições.Isso só nos faz concluir que a justiça dos homens é tão certa quanto o próprio ser humano: cheia de vaidades e imperfeições.
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